Repórter dá show de intolerância no Twitter

A novela Babilônia deu o que falar no seu primeiro capítulo, mesmo anotando uma audiência menor que a antecessora Império quando se comparam as estreias. A volta de Adriana Esteves, Glória Pires como a vilã Beatriz e a mocinha sofredora Camila Pitanga deram o que falar nas redes sociais ao lado das polêmicas em torno de cenas de chantagem, aborto, traição e muita safadeza. Mas foi o beijo lésbico protagonizado pelas atrizes Fernanda Montenegro e Natália Timberg que chamou mais a atenção.

<3

É a partir desta cena que se se inicia o post. Assim que as duas personagens deram o beijinho (na minha opinião extremamente técnico e sem o volume esperado pelo cacife das atrizes) uma enxurrada de comentários surgiram neste mundo maravilhoso da internet.

A maioria, graças a Deus, elogiando a coragem da emissora e dando o braço a torcer para a Globo. Quem diria, hein? A Vênus Platinada toda moderninha... gostamos de ver.

No entanto, um comentário gerou um buzz na rede. E veio de um repórter pernambucano. O teor homofóbico e sarcástico não surpreendeu a maioria dos seus 25 mil seguidores no Twitter, mas é um caso a ser registrado para que não ocorra mais.

Não vou citar o nome do referido radialista - se é que ele tem diploma para exercício da profissão, o que eu duvido muito - nem a emissora na qual ele trabalha. Não é nada pessoal, estou me atendo aos fatos e vou colocar os prints das postagens sem o nome e o nick dele, para deixar isso bem claro: estou me atendo aos fatos e repudiando-os. nada pessoal contra o dono dos comentários.

Ah, ele já apagou. Se não fossem meus dedos rápidos ia passar batido!

Exibir beijo gay = fazer apologia ao homossexualismo = não é bom.

Ou é isso ou eu tô doido. o.O

Logo adiante ele apresenta algo como "justificativa", se colocando no lugar de discriminado ao discriminar. Dá para entender?

"Vergonha" = beijo lésbico. 

"NÂO sou politicamente correto. Tenho opinião" = então quem discordar dele não tem opinião, o que sugere uma opinião formada e... ué????

Chave de ouro: "Quem não aceitar é discriminação". Naquele momento, 14 pessoas concordaram com essa postura.

Eu estava até disposto a debater com ele e tal, mas o famigerado repórter, no melhor estilo "aluno de colegial que se não gosta de você mostra a língua e fica de mal" bloqueou meu acesso aos tweets dele. Soube que esse comportamento é recorrente com qualquer outra pessoa que o desagrade. Para o "radialista" em questão não há debate, não há argumento contrário, inexistiria a dialética.

Frise-se aqui a condição dele: radialista. Sempre achei muito perigoso a colocação de profissionais despreparados em qualquer ramo, mas na comunicação parece que pouca gente liga para isso. Para mim, um repórter mal formado, carregado de vícios e desvios, é tão perigoso quanto um médico dessas faculdades caça-níquel que tratam apendicite como virose. O repórter acima tem 25 mil seguidores e está atuando em um dos veículos mais fortes do Nordeste; logo tem potencial formador de opinião. Alguns seguidores dele, por exemplo, corroboraram com as colocações e espalharam a mensagem homofóbica. Quantos deles fizeram isso? Para quantas pessoas chegou esse texto? Difícil calcular o estrago da repercussão na massa.

Responsabilidade social para com o público é fundamental. Ao escrever ou falar, o comunicador precisa ter em mente que aquilo deve engrandecer a sociedade, contribuir para seu desenvolvimento e não disseminar a intolerância. Ter opinião é muito, mas muuuuito diferente de rechaçar o argumento contrário.

Ressalto que não há nada pessoal aqui. Não conheço o cidadão, não citei o nome dele nem iniciei uma guerra santa (aliás, nem sou santo...). Estou aberto ao bom debate.