Era para ser uma festa fechada. Era. Deveria existir um rigor imenso na entrada. Deveria. Estava programada para ser apenas para funcionários do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Estava.
Sim, lêides and gentlemans, eu fui.
A farra e folia aconteceu no Armazém Blu'nelle Recepções, bem na frente da entrada da gráfica do SJCC. A galera curtiu a escolha porque ninguém precisou mendigar carona para ir. Quatro passos e você saia do seu computador e dava de cara na festa. Massa. Só quem não curtiu foi (olha só!) o pessoal da gráfica. Todo mundo chegando para o bundalelê e a turma das impressoras colocando o jornal para rodar, vendo a agitação com cara de cachorro pidão.
Vi que duas moças bem bonitinhas - daquelas que te oferecem café e pão de queijo de graça no Hiper de Boa Viagem - ficaram na entrada com uma lista e de olho nos crachás.
Pensei: me lasquei. O crachá eu até tenho, dos tempos de estagiário com tia Beta, mas meu nome não estaria na lista nem a pau Juvenal. E agora?
Ágil como uma marmota, bolei um truque que de tão esdrúxulo só poderia dar certo. Arranjei uma caixa de pizza que estava perto do Copo Sujo, dei uma limpadinha nela, coloquei a camisa pra dentro da calça, deixei aparente apenas o cordão do crachá verde que uso e disse para as duas:
- Foi daqui que pediram uma pizza?
- Não... - disse a loira da entrada, espantada.
- Pediram sim. Tá aqui. Uma pizza metade portuguesa e metade alho.
- Olha, moço, aqui é uma festa. Uma confraternização. Ninguém pediu pizza.
- Minha amiga, não quero nem saber o que está rolando aí dentro. Nem ligo, só quero entregar essa pizza logo e largar. É a minha última, deixa eu entrar, já está até paga. Não posso voltar com ela. Quer pra tu?
- Não! Oxe...
- Então se tu não vai comer e nem eu, vamos fazer o seguinte: eu entro, deixo ela na cozinha e pronto. Fechado?
- Tá, vai logo.
Pronto. Entrei. :)
Claro que não levei a pizza para a cozinha. Joguei a caixa vazia no lixo, arrumei a camisa, coloquei o crachá no bolso e joguei o cabelo pra cima. Disfarce perfeito, uma trama digna de 007.
Na entrada do lado esquerdo, havia um tipo de estúdio fotográfico. A galera fazia uma pose segurando umas plaquinhas com os dizeres "VOCÊ ME AMA?", "E APÔI!", "A CASA CAIU!", "REI DO CAMAROTE", "É NÓIX, MÔ VÉI!" além das exóticas "DOU PRA QUEM EU QUISER", "ME LEVA PARA O RIOMAR" e "DEIXEI DE SER BESTA, COBREI A HORA EXTRA".
O estúdio da queimação. Na moral, foto com plaquinha é #ERROR
Não sei por que ninguém tirou foto com essas três últimas. Estranho...
A decoração ficou bem legal, com uns panos das Casas José Araújo reaproveitados, lustres comprados em antiquário e puffs espalhados. Não cheguei a sentar neles por que eram poucos e todo mundo deu preferência aos mais velhos, como a turma do Escrete de Ouro e os editores do JC. Eles aproveitaram o espaço para contar histórias dantanho, como a cobertura espetacular dos Jogos Olímpicos de 1894, um editorial sobre a queda do Império no Brasil e também relembraram o caderno especial feito para marcar a chegada de Cabral por aqui, com edição final do saudoso Pero Vaz de Caminha. #sdds
Um exemplar do jornalistassaurus rex, sendo amparado por uma 9inha
A comida tava fraca. Um arroz das sobras do refeitório sem graça, risoto de não-sei-lá-o-quê e macarrão escroto.
~gravatinha~
Comi só um pouco, porque estavam derramando uísque por lá! Gente, não faltou bebida. Faltou lugar para sentar, mas bebida era boia. Não tinha mesa, mas tinha álcool. Cadeira era raridade, mas sobrou capifruta de Pitú, provável patrocinadora do boca livre.
Enquanto eu me organizava, conversando com amigos de outras datas (todos bestas com a minha presença lá, mas ninguém me entregou porque eu disse que estava fazendo um frila externo hsuahsuahsuahsuahsu), o brega rolava solto no ambiente, esquentando a turma para a Banda Kitara. No começo, todo mundo morgado porque Painho JCPM estava lá, apenas observando. Depois que ele discursou exaltando as mil maravilhas da sua equipe falando de prêmios e reconhecimentos, mas aumento salarial e novas contratações que é bom, nada pegou o beco e aí A PORRA FICOU SÉRIA.
Galera unida no movimento, pronta para o show de Kitara
O momento "que merda é essa" da noite vai para Maciel Jr. e sua homenagem - se é que podemos chamar aquilo de homenagem - a Reginaldo Rossi. Uma imitação tosca e constrangedora que deixou todo mundo com vergonha alheia. Se Rossi tivesse visto aquilo, já estaria morto. #ForçaRossi
Depois da enrolação, começou o show da Kitara. Levei um susto na primeira música quando vi a loira da recepção bem do meu lado. Ela disfarçou e deu as costas. Não iria admitir que deixou um penetra entrar e preferiu fazer vistas grossas. É aquela coisa, né? Se a cabeça entrou, o corpo todo entra de vez.
Todo mundo sabe que a banda vai acabar e sumir do mapa vai se separar, mas a apresentação não precisava evidenciar tanto o rasha entre os vocalistas Carlinha Alves e Rodrigo Mel. Eles quase não interagiram, estavam frios um com o outro. Mas o show foi muito bom. Uma moça de vestido preto e curto (foto abaixo) subiu no palco e desceu até o chão, para delírio de todos os homens presentes. Menos os do Caderno C, que não ligam para isso.
Lotou, bombou, penetrou
Gatinha assanhada, cê tá querenu o quê?
Esse estagiário maluco tirou onda dançando feito doido
com uns óculos emprestados do Maestro Forró. Figura!
Presença anotada do povo de Caruaru. Pegaram a BR, pararam no Rei das Coxinhas, passaram pelo trânsito do Curado só para comer e beber de graça. Isso é que é superação! Parabéns! Mas da próxima, por favor, melhorem no figurino, ok? Nenhuma acertou no look e tinha uma da TV Jornal Matuta que estava usando uma calça de napa. De napa, gente. NA-PA. Nem a Elke Maravilha usa mais isso. E não foi só uma não! Ainda vi mais uma galeguinha do call center com essa desgraça nas pernas.
Qual a necessidade disso?
As gordinhas não se intimidaram e abusaram de shortinhos e vestidos curtos. Sabe aquela garota que você não pegaria nem se estivesse com uma arma apontada para a cabeça no meio de uma briga entre a Inferno Coral e a Torcida Jovem? Pois é, imagine. Essa mesma, só que usando vestido BC. Agora, imagine a contradição: até que estavam gostosinhas! Eu pegaria. Me enxeri com uma lá, mas a doida era casada e eu morguei na hora. Estagiário bom é estagiário vivo, não é?
Essa merece a minha tradicional cantada: "E essas carnes?"
Quem tentou agarrar as mulé tudo foi uma reca de repórter da TV Jornal. Galera, esse esquema de comer o pão na fábrica da padaria sempre dá merda. Parem, tá feio.
Só lindeza, exalando testosterona e virgindade virilidade.
hsuahsuahshasuahushasuhaush
Claro que não pegaram ninguém. Pelo menos eu não vi.
O show da Kitara acabou e todo mundo correu para tietar Carlinha. Foi flash e foto pra tudo o que é lado. Acho que a coitada não conseguiu nem dormir direito ou ficou cegueta de tanto levar luz na cara.
Todo mundo descontraído, usando roupas casuais para a baladjênha.
Só esqueceram de avisar ao blogueiro Marcelo Cavancalti para deixar o blazer em casa.
Não demorei muito depois do show de Kitara porque ainda estava me recuperando da confra do gov. Além disso, não queria levar mais um esporro do chefe por chegar atrasado no trampo. Tô meio que sem crédito por lá, sabem como é...
Na saída, o de sempre. Mulheres acabadas, maquiagens detonadas, pés descalços. Homens bêbados, jurando amizade eterna com qualquer desconhecido e cheios de confiança para dar em cima de qualquer uma. Típico.
Deixei a Blu'nelle e na rua da gráfica re-encontrei a loira da portaria. Ela veio pra cima de mim arretada, fungando feito um touro brabo:
- Ei, seu cabra safado! Tu entrou de bicão, foi?
- Eeeeeeeeuuu? Oxe, tás doida.
- Tu mesmo. Disse que ia entregar uma pizza e te vi por lá na festa. Até dançou com uma apresentadora da TV, seu cabra safado. Quer que eu perca o emprego, seu cabra safado? Ainda bem que ninguém notou, seu cabra safado. Olhe, e vou dizer uma coisa...
- "Seu cabra safado?"
- Não, seu bostinha. Agora não, que eu tô bêba, mas se eu te encontro na rua sozinho tás lascado...
- Olha, vem cá. Vamo ali conversar com calma.
Fiz o serviço por trás de uma árvore, perto de um carro prata. Acho que ninguém notou, mas consegui colocar um sorriso no rosto da loirinha que parou deixou gritar "cabra safado" para sussurrar "seu safadinho".
Na saída, o de sempre. Mulheres acabadas, maquiagens detonadas, pés descalços. Homens bêbados, jurando amizade eterna com qualquer desconhecido e cheios de confiança para dar em cima de qualquer uma. Típico.
A foto tá torta porque precisei me inclinar todinho, para não levantar suspeitas.
Mas está aí o registro dos sapatos abandonados.
Deixei a Blu'nelle e na rua da gráfica re-encontrei a loira da portaria. Ela veio pra cima de mim arretada, fungando feito um touro brabo:
- Ei, seu cabra safado! Tu entrou de bicão, foi?
- Eeeeeeeeuuu? Oxe, tás doida.
- Tu mesmo. Disse que ia entregar uma pizza e te vi por lá na festa. Até dançou com uma apresentadora da TV, seu cabra safado. Quer que eu perca o emprego, seu cabra safado? Ainda bem que ninguém notou, seu cabra safado. Olhe, e vou dizer uma coisa...
- "Seu cabra safado?"
- Não, seu bostinha. Agora não, que eu tô bêba, mas se eu te encontro na rua sozinho tás lascado...
- Olha, vem cá. Vamo ali conversar com calma.
Fiz o serviço por trás de uma árvore, perto de um carro prata. Acho que ninguém notou, mas consegui colocar um sorriso no rosto da loirinha que parou deixou gritar "cabra safado" para sussurrar "seu safadinho".
Mintira DUKARÁI que tu num cumêsse a galeguinha da recepção... Dêxa de teu Caô ...
ResponderExcluirComi, donzelo.
Excluirpala de butico
ResponderExcluirMorrooooooo de rir com os teus posts! Massa demais! :D kkkkkkkkkkkkkkkkkk
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