quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Dia de demissões pinga pinga no Diário de Pernambuco



Oi. Hoje não tem piada nem alegria.

Infelizmente as demissões nos meios de comunicação de Pernambuco estão se tornando rotineiras. A Folha de Pernambuco, o Jornal do Commercio, a TV Nova, a afiliada da Globo em Caruaru, a Rede Brasil... e agora (mais uma vez) o Diário de Pernambuco.

Foi uma quinta-feira triste. Ao contrário do que muita gente pensa, não fico feliz com essa onda de demissões, o popular "passaralho" sim, ainda tô chateado com um jornalista gente fina que disse que eu estava "comemorando" uma onda de demissões no mesmo Diário de Pernambuco ano passado, quando eu apenas noticiava os fatos porque sei que tem muita gente talentosa perdendo o emprego e que para voltar ao mercado, muitas vezes, precisa recomeçar. Sem falar que entram numa disputa um tanto injusta com focas e estagiários que recebem salários beeeem menores.

Bom, vamos aos fatos.

Nesta quinta-feira (09), o Diário de Pernambuco deu mais uma prova de que passa por uma situação difícil. Não tenho dúvidas de que é o momento mais delicado desde a sua fundação, lá no século passado retrasado. Mudança de direção, grupos tentando recuperar a empresa, sede itinerante... tudo sinal de que o paciente está na UTI.

No ano passado, houve um corte significativo do seu quadro. A empresa mudou de controle e entregou o vultuoso prédio na Rua do Veiga onde funcionava a redação. O espaço passou a ser utilizado em sua quase integralidade pela TV Clube enquanto os jornalistas do jornal mais antigo em circulação da América Latina (até quando?) foram realocados para um prédio não tão majestoso no histórico porém maltratado Bairro do Recife.

Passei pela nova redação do DP dias depois da mudança. Cara, é deprimente... cenário de tristeza.

Tristeza que fica ainda maior neste momento.

Foram demitidos DEZ profissionais:

- uma jornalista de local
- uma jornalista de política
- duas editoras do portal
- três editoras de economia
- um jornalista de cultura
- uma jornalista do multimídia
- um diagramador

Não vou colocar os nomes aqui porque alguns deles não tornaram pública a saída do veículo e eu respeito isso. Os que já avisaram, avisaram pelas redes sociais e os mais próximos já estão sabendo.

Difícil para quem sai, complicado para quem fica e precisa dar conta de um trabalho ainda mais pesado - afinal o jornal tem que sair amanhã - e passa a conviver com o gosto amargo do "eu posso ser o próximo".

Agora vou repassar alguns recadinhos:

Colegas demitidos: força. É uma fase temporária, blá, blá, blá... vocês vão dar a volta por cima.

Sinjope: bora agir? Chama as grandes empresas de comunicação e pergunta o que está havendo. Cobrem transparência. Busquem soluções e alternativas para a preservação dos empregos.

Estudantes de jornalismo: ainda dá tempo. HELP! FUJAM! Pensem direitinho.

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