segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Fui para o Fig no frio

Gente, demorei a postar aqui minha viagem ao Festival de Inverno de Garanhuns porque... ah, não devo satisfação a ninguém. Conformem-se Sério, é que foi meio traumático para mim... :'( e leiam.

Fui no último dia do evento, o sábado que teve show de Titãs. Quem me segue no Twitter (por sinal a conta mais legal e chiq da internet) pôde acompanhar um pouco da minha odisseia até a bateria descarregar. Tá, foi rápido. Eu tava no ônibus ainda quando o celular morreu e me deixou offline por mais de um dia.

Explico.

Eu estava no TIP, aquele lugar do Recife que é um portal para os anos 70. Sério, tudo lá é velho, lembra a Sudene - não sei porque fiz essa comparação o.O  - e tem ar de obsoleto. Mesmo assim aquilo ainda funciona razoavelmente no que se propõe. O ruim é que quase não tem lugar para sentar.

Marquei com uma boyzinha que conheci na agência em que trabalho. Ela é filha de um cliente nosso. Vamos chamá-la de Marta, para tornar a coisa mais íntima. ;)

A gente marcou no TIP e, como sempre, eu cheguei primeiro. Na hora combinada, a cachorra não apareceu. Aí já viu, né? Pensei que tinha levado um bolo. Vasculhei o terminal todinho, liguei pra ela e nada. Ah, rapariga... me deixou sozinho e vou ter que enfrentar uma puta viagem by myself. Quenga dos inferno, merece morrer virg... eita, ela chegou. <3

Compramos logo a passagem e pronto. O ônibus já estava saindo. Tive a sorte e o azar de pegar os assentos da penúltima fileira. Sorte porque eu poderia ~sarrar~ com Marta sem incomodar muita gente. Azar porque aquela droga de cadeira fica bem na saída de ar do banheiro, então quando alguém ia dar um barro a catinga subia e impregnava na gente. Foda passar por isso.

Na viagem de ida, só assuntos bobinhos. Eu tava tentando mostrar para Martinha (óia a intimidade!) que eu já conhecia Garanhuns e que ela poderia confiar em mim, pois a levaria para os melhores lugares do FIG.

Mentira, o mais distante de casa que cheguei foi Caruaru (ou Catende. Não sei, o que é mais perto do Recife?). Enfim, Garanhuns era novidade para mim, mas ela não podia saber disso.

Quando a gente chegou, lá pelas 17h, pense num frio! Pohan, é a Suíça Pernambucana mesmo! Só que tem mendigos, o povo fala português amatutado e tem uns lixinhos na rua.

Garanhuns leva esse lance de frio tão a sério que já está forçando a barra...

Na rodoviária de Garanhuns, eu aproveitei a saída de Martinha para o banheiro (a bichinha tava se mijando desde Caruaru, mas ficou com nojo do banheiro do ônibus) e fui perguntar a um funcionário de lá como chegar no Relógio das Flores e no Parque Pau Pombo. Ele explicou e disse que poderia fazer tudo a pé.

Filadaputa.

ANDEI QUE SÓ O CARAIO! O relógio é numa ponta e o parque na outra! E eu dizendo:

- É logo ali (sem saber de nada).
- Poxa, tô ficando cansada.
- Calma, menina. Tá chegando e você não vai se arrepender. Olha ali o relógio, não disse?
- Ah, mas eu já conhecia.
- Sério (rapariga me fez andar que só a porra por nada)?
- Hum rum.
- Tá, então vamo voltar e ir no Pau Pombo. Dizem que lá...
- A essa hora?
- O que é que tem?
- Já fechou. Lá eles fecham a grade antes do anoitecer.

Ou seja, essa quenga conhecia Garanhuns todinha e eu me passando por guia. tomei no cu Tive que improvisar.

- Ah, mas o lance do parque é outra coisa - falei com um sorriso maroto.
- É o quê?
- A gente vai lá pra ver o "pau" cantar na "pomba"

Nesse momento, lembro de Marta abrindo a boca de espanto, o corpo se revirando para trás, o braço direito se estendendo para logo depois ela descer a mão bem na minha cara.

- TÁ PENSANDO QUE EU SOU SUAS PUTA, É SEU VIADO??
- Calma, tava brincando! - e sentindo uma dor do carai, chega fiquei tonto.
- VOCÊ TÁ PENSANDO QUE EU SOU SUAS NEGA, É? PRA FICAR DE OUSADIA COMIGO?
- Não, pô... foi mal. Desculpa, tava brincando.
- Mais uma dessa e eu faço você voltar a pé para o Recife, viu? Me respeite.

Ou seja, não ia rolar nada. Tive que me conformar e nem fui para o Pau Pombo. Dizem que é massa, um dia eu vou.

Tá ficando logo o post, né? Se quiser pode parar aqui, acabou a parte da ousadia & alegria e vou falar do show no Pátio de Eventos Mestre Dominguinhos Depois tem mais safadeza! .

Chegamos no pátio. Os shows programados eram os de Siba, Del Rey e Titãs. Minha impressão rápida sobre cada um deles:



Siba

Foi o melhor show. Tirou onda tocando rabeca (aka violino de pobre) com uns velhinhos da Mata Norte. Mas o público não ligou e ignorava o músico ex-Mestre Ambrósio. Nota 6 porque não empolgou ninguém.

A foto ao lado é da área das beessha e sapatões. Tava uma animação só na hora do show de Siba, maior pegação




Del Rey

China e sua trupe fizeram o previsível cover de Roberto Carlos. Jogaram para a galera. Tocaram o que todo mundo sabe cantar em um show super previsível. Uma bosta, foi o mais fraco. O legal foi a homenagem a Pezão, produtor cultural que faleceu há pouco e se entregava na concepção do FIG. Tá, mas o show foi uma merda, qualquer um faria. Como animou o público, leva um 8,5.


                                                                                                                                                        Público muito louco cantando as músicas de 
                                                                                                                      Roberto Carlos

Titãs

Os velhinhos do Titãs se garantem. Mesmo depois de anos cantando as mesmas músicas (dizem que "O Pulso" embalou a Europa na época a peste negra) os caras conseguem animar. Só que tem um problema... Titãs deixou de ser Titãs há um bom tempo. Não é mais aquele Titãs maroto, Titãs arte, Titãs moleque que enchia estádio, Titãs toco y me voy. Depois da morte de Marcelo Fromer e das saídas de Nando Reis, Arnando Antunes e Charles Gavin o baterista que ninguém conhece e tive que ir no Google procurar o nome o grupo perde a identidade. Não dá, o que vi no palco foi um grupo de amigos relembrando a época da juventude. Leva uma nota 4 pela farsa. Queria os Titãs dos anos 80!


Aproveitei os shows coladinho com Martinha. Ela se acalmou e tava gostando... empurrei um monte de vinho de quinta categoria nela e pronto: ficou amaciada, no ponto para o abate. Masssssssssss ela passou da conta. A doida ficou bêbada.

- Eu quero dar.
- É o quê?
- Eu quero dar, bora.
- Minha filha, calma...
- EU QUERO FICAR COM VOC...eita olha esse cara com um fone de ouvido no meio show! Por que ele trouxe isso?

Quando olhei, não é que tinha um maluco com um fone de ouvido gigantão acompanhando o show dos Titãs? Não entendi. Ele balançava a cabeça, curtia a música, aí nas melhores partes colocava o fone no ouvido para NÃO ESCUTAR NADA! Tive que registrar essa figura típica da fauna garanhuense e juro que essa foi a melhor foto que fiz sem ele perceber.


Repare no fone de ouvido pendurado no pescoço. WTF?

Tava tão abismado com este ser que, quando me dei conta, perdi Martinha de vista. Aonde foi aquela rapariga? Olhei pelas redondezas e nada. Dei uns passos me afastando do local onde estava e nada. Aí, uma senhora deu o alerta: Marta, aquela cachorra no cio, foi ver a pegação na área dos frango.

Tive que correr. Poderia ser tarde demais, a pegação era muito pesada ali e Marta seria presa fácil: bêbada, sozinha e gostosinha. Eu ia levar uma gaia antes mesmo de começar a traçar a danada. Vida triste a minha, viu?

Correndo como um doido, empurrando todo mundo, fui afastando Anas-Carolinas e Veras-Verões da minha frente tentando encontrar o meu amor ashaushuashuashuashua que brega essa parte e a vi conversando com um rapazote. Puxei pelo braço e disse:

- Bora, vamo voltar pra rodoviária. 
- Quem é você? - Mas olha que quenga...
- Marta, tás bêbada. Vamos embora.
- Vamos fugir?
- É, vamos fugir (era a hora de me aproveitar! Não costumo fazer isso, mas tinha que traçar Martinha, mesmo bicada. era questão de honra).
- Vamo. Eu quero você.

AEEEEEEEW CAMPEÃO!!! CONSEGUI UMA!

Deixei o Pátio de Eventos em menos de um minuto. Quando a mina libera, companheiro, tem que ser rápido. O destino seria o quartinho mais próximo, em qualquer motel da cidade.

Só que tem um problema: eu sou liso. Se eu gastasse com o táxi, faltaria a grana do motelzin. Tive que apelar e ir de Moto-Táxi.

Não riam. 

É sério. Cada um pegou um Moto-Táxi. Deu dez conto, cinco pra cada. O que não poderia piorar, piorou. No meio do caminho, meu mototaxista, que ia na frente, parou. O que levava Martinha estava cortando luz, então aconteceu alguma coisa e tivemos que esperar para saber o que aconteceu.

A doida tinha acabado de vomitar no pobre trabalhador de transporte alternativo. Né foda? O cara, claro, ficou puto e não queria levar a gente pra fora da cidade. Tava arretado mesmo, todo melado de vinho vomitado.

E Martinha rindo. Ah, cachorra...

Convenci os dois a nos deixar na rodoviária, para pegarmos o primeiro ônibus para o Recife. Tivemos que esperar por duas horas, então consegui dar um cochilo lá mesmo, no chão, abraçado com ela. Foi o mais próximo que cheguei das carnes de Martinha, toda fedorenta e cansada.

No ônibus, quase chegando em casa, ela recebe uma mensagem no whatsapp do rapazote que havia encontrado durante a escapada no show de Titãs. Estavam marcando uma saída no Recife, quando ele voltasse.

O FIG foi uma merda.

4 comentários:

  1. Porra, caralho. Li o texto todo achando que tu ia comer a Martinha, pow. husahusahushaushauhsauhsauhsauhsau

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  2. Sou de Garanhuns e fico meio perdidão no Recife, transito doido, ônibus que só a peste, muito complexo kk, mas hilário ver um cara de Recife se aventurando aqui kkk e o FIG já foi bem melhor...

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  3. Que aventura deliciosa!! kkkkkkkkk Adoro seus textos. Parabéns!

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