quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cosme e Damião! ÊêêÊÊêêêÊêêêêÊ!

Ontem, dia 27 de setembro, foi o dia de Cosme e Damião. Além de ser aniversário da cidade de Igarassu - muito bonitinha, por sinal - é dia da molecada colocar em prática o lema "pé no bucho e mão na cara" na hora da distribuição de doces.

Curioso como sou (e com saudade dos tempos de criança) fui ver como a tradição vem sendo preservada no Recife dos dias de hoje. Pra começar, fui ao pacífico Cosme e Damião da Rua Oriente, nos Torrões, que ficou famoso no ano passado pela educação, gentiliza e espírito fraterno dos participantes. Não lembra como foi? Dá uma sacada no vídeo aí de baixo. É do ano passado.


Este ano fui de novo com a intenção de filmar. Mas, como o pessoal sabia que eu não era da comunidade, impediram que eu me aproximasse. "Filmáge aqui num pode não, bói". Eu atendi na hora. #medo Desativei a câmera e coloquei o celular no bolso.

Perguntei porque eu não poderia filmar e disseram que no vídeo que rodou o mundo em 2010 mostrando a balbúrdia nos Torrões aparecem muitas pessoas que, digamos assim, não deveriam estar em liberdade (se é que me entendem). Por isso o cuidado com câmeras, celulares e gravadores.

A briga pelos doces aconteceu da mesma forma como no ano passado. Acho até que com um pouco mais de violência. Antes mesmo do quebra-panela começar já assistia uma rodada de corredor polonês no meio da rua, só para esquentar. Crianças e adolescentes enfileirados por uns dez metros descendo o sarrafo no abestalhado que se dispunha a atravessar  o vale da morte e da dor.

Quando o locutor anunciou o início do quebra-panela parecia que um show de heavy metal estava por começar. Crianças em transe. Jovens com sangue nos olhos. Adultos omissos, assistindo e rindo de longe. Um ou outro ainda incitava: "desce o pau nesse cabra safado, Juca!"

Não demorou nem cinco minutos e a panela capenga de barro já estava no chão, para delírio coletivo. Surgia gente de todo lado. Acho que brotavam do chão. Fui levado pela multidão para o meio da zorra e quando me dei conta estava com a bochecha ardendo depois de um tapa. Algum tarado ainda passou a mão na minha bunda e meteu o dedo lá onde carrapato cresce. Doeu. Ah, doeu...

Meia hora depois de ter chegado à Rua Oriente, peguei o que sobrava de mim junto com dois xaxá e um caramelo embaré e fui para Casa Amarela. O tradicional Cosme e Damião de Dona Mira era a última opção para mim neste dia.

Lá em Casa Amarela, uma tranquilidade. Fila organizada por sexo. Meninas de um lado, meninos do outro na maior paz do mundo. Ah, se israelenses e palestinos vissem aquilo. Proponho desde agora um pronunciamento de Dona Mira na Assembleia Geral da ONU. Pela paz mundial!

Um doce de pessoa!

Como não sou criança, não pude entrar na fila. Mas, ao final da entrega de doces e brinquedos, falei com a benfeitora por uns 20 minutos. Conheci seu restaurante, sua casa, sua família e seus quitutes. Ela é um doce! Nem adianta descrever para vocês. Tem que presenciar para sentir. Depois de ser tão bem recebido ainda saí com um saquinho cheio de guloseimas e sem demora corri para a Rua Oriente, ostentando o meu troféu de dentro do carro e gritando: "Eu tenho, vocês não teeeemmm..."

2 comentários:

  1. Bonito, ganhei meu doce sem precisar do famoso "pénobuchoemãonacara". Graças! 'Tava tão puto ontem, que era capaz de mandar um pro hospital! Brincadeira! Olhe, veja só, jogaram uma bomba nA Chácara do Estagiário? Cadê a cobertura do reality show da família da Terra dos Altos Coqueiros? Tem alguém vivo na Perimentral? Grande abraço sem passar a mão na sua bunda! Já te "bullynginaram"!

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  2. A Chácara teve que sair do ar. A empresa holandesa detentora dos direitos autorais do reality tava "bronqueando..."


    E não, não meteram o dedo no meu (_._). Já no da Sandy...

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